Reação de imunofluorescência indireta e reação imunoenzimática no diagnóstico da neuroesquistossomose mansônica

Data
1998-09-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
A neuroesquistossomose é uma das manifestações ectópicas da esquistossomose. Das cinco principais espécies que causam doença no homem, apenas a espécie Schistosoma mansoni está presente no Brasil. E uma estimativa atual da prevalência desta parasitose em nosso meio gira é de 9 a 10%. Portanto, a manifestação neurológica da esquistossomose, apesar de pouco comum, em nosso meio assume relevada importância principalmente por ser muito incapacitante e por atingir uma população jovem. Apesar destes argumentos, a neuroesquistossomose é geralmente diagnosticada tardiamente. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças e por suposição, quando há esquistossomose associado a alteração neurológica característica que esta espécie determina. Estes procedimentos podem induzir erro além de retardar o diagnóstico, principalmente em regiões endêmicas. Portanto, este trabalho prospectivo visou determinar o valor das reações de imunofluorescência indireta e reação imunoenzimática no líquido cefalorraquiano para o diagnóstico da neuroesquistossomose. Após apreciação e aprovação do protocolo de investigação pela Comissão de Ética Médica do Hospital São Paulo / Universidade Federal de São Paulo, foram coletadas amostras de líquido cefalorraquiano de pacientes de 4 grupos distintos: Grupo I: pacientes com diagnóstico clínico de neuroesquistossomose, com protoparasitológico positivo para Schistosoma mansoni; líquido cefalorraquiano sem bloqueio do espaço subaracnoideo, mostrando processo inflamatório linfomonocitário predominante; excelente resposta clínica à terapêutica com praziquantel e decadron, com recuperação completa ou com discretas seqüelas. Grupo II: pacientes com esquistossomose mansônica diagnostica por exame protoparasitológico positivo para Schistosoma mansoni, sem queixa neurológica e com o exame neurológico normal. Grupo III: pacientes com neurocisticercose diagnosticada por reações imunobiológicas no líquido cefalorraquiano ou exame neurorradiológico compatível, sem esquistossomose. Grupo IV: pacientes do ambulatório geral da neurologia, com doenças neurológicas variadas, que realizaram exame de líquido cefalorraquiano como parte da investigação neurológica. Estes pacientes não apresentavam esquistossomose nem cisticercose, comprovados por reações imunobiológicas e por exames radiológicos. As amostras de LCR foram submetidas às reações de imunofluorescência indireta, usando conjugados anti-IgG e anti-IgM, frente a preparados parafinados e congelados de antígenos de verme adulto macho e ovos maduros viáveis de Schistosoma mansoni. As amostras também foram submetidas ao exame imunoenzimático, utilizando conjugado anti-IgG, em antígenos solúveis de vermes adultos de Schistosoma mansoni. A análise dos resultados mostrou que reação mais indicada para o diagnóstico da neuroesquistossomose é a reação de imunofluorescência em corte parafinado de verme adulto de Schistosoma mansoni, usando como conjugado fluoresceínico o anti-IgM humano porque, das reações com alta especificidade (90,8%), é a que tem maior valor preditivo positivo (88,2%). A reação de imunofluorescência indireta em corte parafinado não detecta anticorpos anti-Schistosoma mansoni no líquido cefalorraquiano de pacientes esquistossomóticos sem comprometimento neurológico. A reação de imunofluorescência indireta em cortes congelados de antígenos, com conjugado anti-imunoglobulina humana G, pode ser positiva em pacientes com esquistossomose sem neuroesquistossomose. Nas amostras de LCR de pacientes com neurocisticercose, ocorreram reações inespecíficas independentemente do antígeno utilizado, especialmente na reação imunoenzimática, que chegou a ter 1/3 das amostras positivas neste grupo.
Descrição
Incompleto: sem elementos pré-textuais.
Citação
MATAS, Sandro Luiz de Andrade. Reação de imunofluorescência indireta e reação imunoenzimática no diagnóstico da neuroesquistossomose mansônica. 1998. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 1998.
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