Atuação da fisioterapia nas unidades de terapia intensiva neonatais no município de São Paulo

Data
2015-07-13
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: Caracterizar a atuação do fisioterapeuta nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais no Município de São Paulo, descrevendo a forma de interação dos fisioterapeutas e as suas práticas assistenciais. Métodos: Estudo transversal realizado por meio de entrevistas com o fisioterapeuta coordenador da assistência fisioterapêutica na UTI neonatal no município de São Paulo, no período de fevereiro/2010 a janeiro/2011. Foram incluídos todos os hospitais e maternidades registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde que tivessem pelo menos um leito de UTI neonatal. Foram excluídas UTI sem fisioterapeuta, UTI com assistência prestada exclusivamente por aluno/professor ou UTI cujo fisioterapeuta havia sido entrevistado em outro hospital. As questões referiam-se às práticas de assistência respiratória aos recém-nascidos como existência de protocolos de atendimento, tempo do início de intervenção fisioterapêutica após o nascimento, participação do fisioterapeuta em procedimentos comuns a outros profissionais como aspiração de vias aéreas, técnicas de remoção de secreções de vias aéreas utilizadas em diferentes situações clinicas e participação do fisioterapeuta nos procedimentos ligados à ventilação e oxigenoterapia. Resultados: Foram identificadas 66 UTI com leitos ativos, sendo excluídas 9 (13,6%) por inexistência de fisioterapeuta na unidade ou assistência prestada por aluno/professor. Dessa forma, 57 UTI neonatais obedeceram aos critérios de inclusão, dessas, em 3 (5,3%) unidades, os fisioterapeutas recusaram participação, sendo incluídos 54 (94,7%) profissionais, dos quais, dois responderam apenas parte das perguntas. Em 23 (44,2%) UTI tinham protocolos de atendimento; em 38 (73,1%), o médico prescrevia o atendimento de fisioterapia e em 33 (63,5%) fisioterapeuta decidia o atendimento. Em 48,1% das UTI, o prematuro era atendido pelo fisioterapeuta logo após a chegada à UTI, em 69,2%, antes de 48 horas de vida e em 73,1%, antes de 72 horas. A aspiração era prescrita pelo médico em 25,0% das UTI e era realizada pelos fisioterapeutas, mas em 78,9% das UTI esse procedimento era realizado também pela enfermagem. A drenagem postural e a vibração foram as manobras mais utilizadas para remoção de secreções. As técnicas mais utilizadas foram a compressão torácica em prematuros extubados e a vibração em intubados. Em 31 (59,6%) das 52 UTI, havia visita multidisciplinar, o médico e o fisioterapeuta participavam dessas visitas em todas as UTI, sendo a porcentagem de UTI com participação na visita de enfermeiros (96,8%), fonoaudiólogos (54,8%), psicólogo (51,6%), nutricionista (41,9%) assistente social (32,3%), farmacêutico (22,6%), auxiliares/técnicos de enfermagem (19,4%) e terapeuta ocupacional (9,7%). O modo de ventilação mais utilizado era a ventilação sincronizada, porém, em mais da metade das unidades ainda utilizavam a ventilação mandatória intermitente. A passagem de plantão entre a equipe de fisioterapeutas ocorria em 27 (51,9%) unidades e não havia passagem de plantão em 21 (40,4%) UTI. Em recém-nascidos com necessidade de suporte respiratório, a saturação mínima de oxigênio tolerada pelos profissionais variou de 70% a 95% e a saturação máxima de 90% a 100%. Os ajustes ventilatórios, o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia eram realizados por médicos e fisioterapeutas em conjunto em cerca de 70% das UTI. Já os procedimentos como extubação e instalação de CPAP eram realizados pelos fisioterapeutas isoladamente em 60% das unidades. A montagem e checagem dos parâmetros ventilação mecânica eram de responsabilidade dos fisioterapeutas em respectivamente, 66% e 85% das unidades, bem como a ventilação manual durante reanimação neonatal na qual o fisioterapeuta participava em 99% das UTI neonatais. Conclusão: No período do estudo, o fisioterapeuta estava incorporado à rotina de assistência multiprofissional ao recém-nascido, participando das atividades assistenciais complexas como a assistência ventilatória nas UTI neonatais do município de São Paulo. Apesar de os profissionais terem conhecimento do diagnóstico do paciente, as mesmas técnicas fisioterapêuticas foram aplicadas em diversas situações clínicas e de forma muito precoce, sugerindo a necessidade de estabelecer protocolos de indicações para tais procedimentos.
Objective: Describe the respiratory assistance emphasizing the physical therapy techniques used for removal of airway secretions in the Neonatal Intensive Care Units. Methods: A cross-sectional study was performed by interviewing the coordinator of the physical therapy of the neonatal intensive care units in São Paulo, from February / 2010 to January / 2011. All hospitals and maternities registered in the National Register of Health Establishments with at least one neonatal ICU bed were included. Units without physical therapist, UCI with assistance provided exclusively by student /teacher or ICU whose physical therapist had been interviewed at another hospital were excluded. The questions of the interview were related to the physical therapy assistance, as well as, the existence of treatment protocols, time of the first physical therapy intervention after birth, participation of the physical therapist on common procedures to other professionals such as aspiration of airway secretions and techniques for airway suctioning used in different clinical situations. Results: Sixty six ICU with active beds were identified and 9 (13.6%) were excluded due to absence of physical therapist or assistance provided by student /teacher. Thus, 57 neonatal ICU met the inclusion criteria; of these, in 3 (5.3%) units, the physical therapists refused to participate, being included 54 (94.7%) professionals, however, 2 of them answered only some of the questions. Among the 52 ICU: 23 (44.2%) had treatment protocols; in 38 (73.1%), the doctor prescribed the physical therapy care and in 33 (63.5%)units, the decision of care was made by the physical therapist. In 48.1% of ICU, preterm infant was attended by the physical therapist soon after arrival in the ICU, in 69.2% before 48 hours of life and 73.1% before 72 hours. The aspiration was prescribed by the doctor in 25.0% of ICU and was carried out by physiotherapists, but in 78.9% of ICU was also performed by nurses. Postural drainage and vibration were the most maneuvers used to remove secretions. The most commonly used technique were chest compression in 26 extubated premature and vibration in those intubated. Diaphragmatic stimulation was less used in intubated preterm infants with atelectasis. Conclusions: The physiotherapist actively participates in the ventilatory assistance to the newborn. Although professionals were aware of the patient's diagnosis, many physical therapy techniques were applied indiscriminately and early, suggesting need for indication protocols of such procedures.
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Citação
LIBERALI, Joyce. Atuação da fisioterapia nas unidades de terapia intensiva neonatais no município de São Paulo. 2015. 117 f. Tese (Doutorado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.
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