Expressão de epimerase de dermatam sulfato em linhagens de câncer de mama
Data
2019-05-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Breast cancer is one of the most incident cancers in the world population, especially in the female population. Estimates show that more than 1.7 million new cases are registered each year and 522,000 are killed. By the year 2050, more than 3.2 million new cases of this pathology are expected to be registered. Proteoglycans are macromolecules that contain a protein core, to which glycosaminoglycan chains (GAGs) are attached covalently. Dermatan sulfate (DS) is a GAG produced by the epimerization of glucuronic acid from chondroitin sulfate to iduronic acid (IduA) by the enzyme epimerase (epiDS). Several studies have shown that proteoglycans containing DS play an important role in tumorigenic processes. This is mainly due to the flexibility that the presence of IduA confers to the polysaccharide chain, allowing specific interactions with proteins, such as growth factors, among other molecule. Studies also show that EpiDS-1 is highly expressed in many tumors, especially esophageal squamous cell carcinoma. The aim of this study was to analyze the expression of epiDS in cell lines that characterize different types of breast cancer MCF-7 (Luminal A), MDA-MB-231 (Triple Negative) and SKBR-3 (HER2). The gene expression of the enzyme was performed by qPCR and the protein content was analyzed by flow cytometry and immunofluorescence. Cell viability was investigated by MTT assay and GAG profile analyzed by radioactive sulfate labeling and electrophoresis. Our results showed that the SKBR-3 cell line presented a pattern of increased cell viability compared to MCF-7 and MDA-MB231cells. Furthermore, SKBR-3 cells presented higher gene expression of the epiDS enzyme and higher 35S-DS content. Curiously, Immunofluorescence assays with specific epimerase (epiDS) antibodies demonstrated greater labeling in the MCF-7 cell line compared to the other cells. We observed that SKBR-3 cells presented epiDS preferably in the form of vesicles and in the perinuclear compartment, suggesting a location in the Golgi Complex, contrasting with the cytoplasm localization in MCF-7 and MDA-MB231 cells. In these cells, the cytoplasm location of the EpiDS enzyme probably compromised the formation of DS chains, but the core protein was able to be detected by the decorin antibody. Golgispecific labeling confirmed the localization of EpiDS in SKBR-3 cells at the Golgi Complex, evidencing that the location was determinant for the synthesis of dermatan sulfate in this lineage, and possibly the dermatan sulfate plays a decisive role in the cellular viability observed.
O câncer de mama é um dos cânceres mais incidentes na população mundial, principalmente na população feminina. Estimativas estatistícas mostram que mais de 1,7 milhão de novos casos são registrados anualmente e destes, 522 mil vão a óbito. Até o ano de 2050 é previsto que mais de 3,2 milhões de novos casos desta patologia deverão ser registrados. Proteoglicanos são macromoléculas que contém um core protéico, ao qual se ligam covalentemente, cadeias de glicosaminoglicanos (GAGs). O dermatam sulfato (DS) é um GAG produzido pela epimerização de ácido glucurônico do condroitim sulfato a ácido idurônico (IduA) pela enzima epimerase (epiDS). Vários trabalhos mostram que proteoglicanos que contêm DS exercem importante papel em processos tumorigênicos. Isto se deve principalmente à flexibilidade que a presença de IduA confere à cadeia polissacarídica, permitindo interações específicas com proteínas, como fatores de crescimento, entre outras moléculas. Estudos também mostram que EpiDS-1 está altamente expressa em muitos tumores, em especial no carcinoma escamoso de esôfago. O objetivo deste estudo foi analisar a expressão de epiDS em linhagens celulares que caracterizam diferentes tipos de câncer de mama MCF-7 (Luminal A), MDA-MB-231 (Triplo negativa) e SKBR-3 (HER2). A expressão gênica da enzima foi realizada por qPCR e o conteúdo protéico foi analisado por citometria de fluxo e imunofluorescência. A viabilidade celular foi investigada por ensaio de MTT e o perfil de GAGs analisados por marcação com sulfato radioativo e eletroforese. Nossos resultados mostraram que a linhagem SKBR-3 apresentou um padrão de maior viabilidade celular, comparado com MCF-7 e MDA-MB-231. Ainda, as células SKBR-3 apresentaram maior expressão gênica da enzima epiDS, investigado por qPCR e maior conteúdo de 35S-DS. Curiosamente, os ensaios de imunofluorescência, com anticorpo específico para a enzima epimerase (epiDS), demonstraram maior marcação na linhagem MCF-7 comparativamente com as outras células. Observamos ainda que apenas as células SKBR-3 apresentaram epiDS na forma de vesículas e no compartimento perinuclear, sugerindo uma localização no Complexo de Golgi, contrastando com a localização no citoplasma das células MCF-7 e MDA-MB231. Nestas células, a localização da enzima EpiDS provavelmente comprometeu a formação das cadeias de DS, porém o core proteico do decorim pôde ser detectado pelo anticorpo. Ensaios com marcador específico confirmou a localização de EpiDS no Complexo de Golgi nas células SKBR-3, evidenciando, assim, que essa localização tenha sido determinante para a síntese de dermatam sulfato nesta linhagem, e que possivelmente, este DS desempenha um papel importante na viabilidade celular observada.
O câncer de mama é um dos cânceres mais incidentes na população mundial, principalmente na população feminina. Estimativas estatistícas mostram que mais de 1,7 milhão de novos casos são registrados anualmente e destes, 522 mil vão a óbito. Até o ano de 2050 é previsto que mais de 3,2 milhões de novos casos desta patologia deverão ser registrados. Proteoglicanos são macromoléculas que contém um core protéico, ao qual se ligam covalentemente, cadeias de glicosaminoglicanos (GAGs). O dermatam sulfato (DS) é um GAG produzido pela epimerização de ácido glucurônico do condroitim sulfato a ácido idurônico (IduA) pela enzima epimerase (epiDS). Vários trabalhos mostram que proteoglicanos que contêm DS exercem importante papel em processos tumorigênicos. Isto se deve principalmente à flexibilidade que a presença de IduA confere à cadeia polissacarídica, permitindo interações específicas com proteínas, como fatores de crescimento, entre outras moléculas. Estudos também mostram que EpiDS-1 está altamente expressa em muitos tumores, em especial no carcinoma escamoso de esôfago. O objetivo deste estudo foi analisar a expressão de epiDS em linhagens celulares que caracterizam diferentes tipos de câncer de mama MCF-7 (Luminal A), MDA-MB-231 (Triplo negativa) e SKBR-3 (HER2). A expressão gênica da enzima foi realizada por qPCR e o conteúdo protéico foi analisado por citometria de fluxo e imunofluorescência. A viabilidade celular foi investigada por ensaio de MTT e o perfil de GAGs analisados por marcação com sulfato radioativo e eletroforese. Nossos resultados mostraram que a linhagem SKBR-3 apresentou um padrão de maior viabilidade celular, comparado com MCF-7 e MDA-MB-231. Ainda, as células SKBR-3 apresentaram maior expressão gênica da enzima epiDS, investigado por qPCR e maior conteúdo de 35S-DS. Curiosamente, os ensaios de imunofluorescência, com anticorpo específico para a enzima epimerase (epiDS), demonstraram maior marcação na linhagem MCF-7 comparativamente com as outras células. Observamos ainda que apenas as células SKBR-3 apresentaram epiDS na forma de vesículas e no compartimento perinuclear, sugerindo uma localização no Complexo de Golgi, contrastando com a localização no citoplasma das células MCF-7 e MDA-MB231. Nestas células, a localização da enzima EpiDS provavelmente comprometeu a formação das cadeias de DS, porém o core proteico do decorim pôde ser detectado pelo anticorpo. Ensaios com marcador específico confirmou a localização de EpiDS no Complexo de Golgi nas células SKBR-3, evidenciando, assim, que essa localização tenha sido determinante para a síntese de dermatam sulfato nesta linhagem, e que possivelmente, este DS desempenha um papel importante na viabilidade celular observada.
Descrição
Citação
XAVIER, Everton Galvão. Expressão de epimerase de dermatam sulfato em linhagens de câncer de mama. 2019. 70f. Dissertação (Mestrado em Biologia Molecular) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019